Ney Silva e Gabriel Gonçalves

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

Neste 1º de dezembro, é celebrado o dia internacional de combate à Aids instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) e pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Em Feira de Santana, o centro de referência IST/HIV/Aids mantido pela Secretaria Municipal de Saúde, registrou uma redução do número de casos em comparação a 2019.

Em entrevista ao Acorda Cidade, a enfermeira e coordenadora do centro, Vanessa Sampaio explicou sobre a redução do número de casos e como é feito o tratamento pela rede pública.

"Até o mês de novembro deste ano, percebemos que teve uma redução no número de casos de soropositivo. Do mês de janeiro até o dia 27 de novembro de 2019, foram 278 novos casos e neste ano no mesmo período, registramos 256 casos. Todo paciente que é diagnosticado, seja em qual for o estado, desde o vírus até a doença de fato, iniciam o processo terapêutico com medicações. Esses pacientes são avaliados pelo médico infectologista e cada indivíduo terá um tratamento diferente", explicou.

Foto: Ney Silva/Acorda Cidade

De acordo com a coordenadora, a imagem negativa da doença está sendo desmitificada cada dia mais e afirma que é possível viver com o vírus do HIV, desde que o paciente tenha um compromisso com a qualidade de vida.

"Estamos desmitificando que a AIDS carrega essa imagem de que um resultado positivo, já confirma um atestado de óbito. Por isso que sempre estamos informando que é possível sim, viver com o vírus do HIV desde que essa pessoa tenha um compromisso com a saúde, fazendo o uso das medicações de forma correta e sempre compareça nas unidades de saúde, então percebemos a expectativa de vida muito grande desses pacientes", destacou a enfermeira.

Sintomas

Segundo Vanessa Sampaio, quando o vírus está em uma fase avançada no corpo sanguíneo, ele inicia o processo de competição com as células de defesa. Por conta dessa grande quantidade do vírus, as células não conseguem mais suportar, gerando os sintomas no paciente.

"Quando chega nessa fase, os pacientes começam a sentir os sinais de desenvolvimento da doença, alguns desses sintomas são a diarreia e perda de peso. Outros sinais, serão identificados pela equipe de saúde, é por isso que os pacientes devem procurar o tratamento ainda no início quando é identificado o soro positivo".

Tratamento

"Cada vez mais, esse tratamento vem sendo simplificado e são poucas as modificações. Existem algumas pessoas que têm algum tipo de efeito adverso com determinada medicação, então o médico infectologista vai estar alinhando os antirretrovirais para que essa terapêutica seja mais eficaz", enfatizou.

Por conta da pandemia, testes rápidos foram adotados no Centro de Referência para evitar que o paciente precise retornar ao local para receber o resultado dos exames.

"Muitos serviços de saúde ou de outros segmentos, precisaram fazer algum tipo de adaptação. O resultado do teste convencional para HIV, só fica disponível com 15 dias, então utilizamos a estratégia dos testes rápidos do diagnóstico para que o paciente não precise retornar, então isso facilitou bastante porque ainda temos aqui muitos resultados de pacientes que nunca vieram buscar. Para ajudar também, o atendimento de psicologia está sendo de forma online, uma experiência muito importante para que não deixássemos os pacientes que já vivem com o vírus, desamparados", finalizou.